Olá manhês,
Dando continuidade aos nossos posts sobre higiene bucal das crianças, a Odontopediatra Dra. Nayara, vem falar pra gente sobre cremes dentais. Vc sabe qual creme deve usar para escovar os dentes do seu filho?
Então, vamos saber tudinho agora? 😉
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Boa noite mamães,
Muitas têm me pedido para postar sobre com qual idade devemos iniciar a escovação com “creme dental”, então vamos lah…
Vou ser bem direta na minha resposta: a partir da erupção do primeiro dente a higiene com pasta de dente deve ser realizada.
Devemos entender que, a grande maioria dos dentifrícios, possuem flúor e tbm um gostinho muito atraente para os nossos pequenos deglutirem o mesmo ao invés de cuspi-lo.
Não cuspir o creme dental e degluti-lo pode causar fluorose nos dentes permanentes (mancha nos dentes) além de o flúor ser altamente tóxico.
Aconselho vcs, mamães, a lançarem mão de cremes dentais sem flúor, como por exemplo, os abaixo citados (podem ser encontrados nas farmácias e supermercados nacionais).
Vejam só:
Na semana que vem, teremos o post que falaremos sobre as escovas de dente. Qual é o melhor modelo de acordo com a idade do seu filho, astes e muito mais. Não percam!
Bjs,
Até o proximo post
Dra. Nayara Ferreira
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Adoro o seu blog, mas tenho que dizer que essa conduta está desatualizada. Hoje em dia a conduta é usar SIM pasta de dente com flúor deste o primeiro dente, mesmo o bebê engolindo, na concentração de 1.00 p.p.m. A Associação Brasileira de Odontopediatria e a Associação Americana de Pediatria e de Odontopediatra RECOMENDAM O USO DE PASTA DE DENTE COM FLÚOR.
Sugiro que coloque essa informação às suas leitoras!
Bjs
Bianca
Digo, concentração de 1.100 p.p.m
Oi Bianca,
Boa noite querida….
Vc tem razão que existem dentifrícios com baixa concentração de flúor e estes devem ser utilizados com cautela a partir dos 2 anos de idade. A Associação Dental Americana (ADA), Academia Americana de Pediatria (APD), Academia Americana de Odontopediatra (AAPD), Food and Drug Administration (FDA), o Fórum Mundial de Uso de Flúor e a Associação Peruana de odontologia para bebês, CONCORDAM EM INDICAR O USO DE DENTIFRÍCIOS FLUORETADOS APÓS O 2 ANO DE VIDA.
Na primeira fase da vida até q a criança tenha capacidade de reter líquidos e cuspir, recomenda-se escovação com água e dentifrícios NÃO-FLUORETADOS.
Depois dos 2 anos eu recomendo dentifrícios com 500 ppm de flúor para as escovações durante o dia e dentifrícios com 1000 ppm para a escovação noturna.
Obrigada por expor esta questão e me ajudar a deixar mais claro para as mamães como proceder na escolha de um creme dental para os bebês.
Dra. Nayara Ferreira
Tem havido recomendação esporádica de uso de dentifrício não fluoretado para crianças pequenas tendo em vista a expectativa de que houve aumento d e fluorose dental os últimos anos e que o dentifrício fluoretado é um dos fatores de risco. Entretanto, deve ser esclarecido:
1. A criança que não usa dentifrício fluoretado nessa idade não estará recebendo os benefícios em
termos de prevenção .
Há evidencias mostrando que o grande benefício da escovação em termos de cárie dental é
na verdade devido ao uso de Flúor, o que estaria se ndo privado nessas crianças;
2. Quando se discute dentifrício fluoretado como fator de risco de fluorose, que grau de fluorose está
em debate? Trata-se de fluorose muito leve a qual não compromete o grau de satisfação das
pessoas com seus dentes.
3. Usando-se uma pequena quantidade (aproximadamente 0,3 g – um grão de arroz cru) de
dentifrício de concentração de F convencional (1000 -1100 ppm F), a quantidade de Flúor ingerida é
segura em termos de fluorose dental, e o benefício anticárie é mantido.
O uso do creme dental fluoretado deve ser recomendado como um procedimento preventivo
básico. Como a ingestão de pasta dental com flúor carrega um risco aumentado de fluorose,
este risco deve ser pesado em relação ao benefício da prevenção da cárie. Os
pais/responsáveis devem ser instruídos pelo dentista quanto a necessidade do uso do
creme dental de pendendo do risco de cárie e definir a freqüência de escovação e
quantidade de creme dental que não deve exceder o tamanho de um grão de arroz cru.
4. Crianças que vivem em região de água otimamente fluoretada podem apresentar fluorose, nos
graus muito leve e leve, mesmo que não usem dentifrício fluoretado. Portanto o uso de dent ifrício não
fluoretado não elimina o risco de a criança ter fluorose.
5. Alta prevalência de fluorose ocorre nos dentes p ré-molares e o efeito do íon flúor na fluorose ocorre
antes da erupção, durante a maturação do esmalte. Na idade em que esses dentes estão sofrendo
maturação, as crianças não ingerem involuntariamente grande quantidade de pasta toda vez que
escovam os dentes porque já desenvolveram reflexo de cuspir. Também apresentam maior peso e,
portanto, a mesma quantidade de fluoreto ingerida a s submete a menor dose sistêmica.
6. Orientar uma criança a usar uma pequena quantidade de pasta é um processo educativo como
qualquer outro objetivando criar filhos que possam cuidar de si próprios no futuro. Dentifrício não é
para ser comido.
Prof. Dr. Jaime Aparecido Cury – Professor Titular de Bioquímica, Faculdade de Odontologia
de Piracicaba (Unicamp)
Profª. Drª Lívia Maria Andaló Tenuta – Professora A ssistente Doutora, Faculdade de Odontologia de
Piracicaba (Unicamp)
Dr. Paulo César B. Rédua – Presidente da abo-odontopediatria.
Conclusões:
As evidências demonstram que :
• Dentifrícios com 1000ppm de flúor deve ser utilizado em crianças com o objetivo de prevenir a cárie ;
• A frequência do uso deve ser de duas vezes ao dia;
• A quantidade usada deve ser pequena, um esfregaço para crianças abaixo de 2 anos e uma ervilha para crianças entre
2 a 5 anos ;
• A ingestão de dentifrício com flúor leva ao risco de fluorose . Este risco deve ser considerado em relação ao benefício
na prevenção da cárie ;
• Os pais/responsáveis devem ser instruídos quanto a necessidade do uso do dentifrício dependendo do risco de cárie, a
frequência de escovação e a quantidade de dentifrício utilizado.
Oi Bianca
Boa noite novamente querida.
Estou aqui para deixar claro que não estou, de forma alguma, tentando competir pela melhor informação, estou apenas tentando mostrar uma teoria que acredito ser a correta!
Gostaria também, de deixar claro, que não tenho nada contra o flúor, muito pelo contrário, o considero um forte aliado no combate à doença de cárie, uma vez que lançamos mão corretamente do seu uso e sempre com a orientação de um profissional.
Dentro da odontologia, assim como dentro da medicina, existem linhas de estudo, e formas diferentes de se pensar que levam a uma um mesma solução de problema, porque no fim, o que queremos e obtemos, é a saúde de nossos pacientes.
Obrigada mais uma vez por dividir conosco informações pertinentes e importantes que gentilmente nos são fornecidas pelo site da ABO, segue o link: http://abodontopediatria.org.br/Creme_Dental_Infantil_fluor_abo_odontopediatria_.pdf.
Vamos ressaltar alguns pontos aqui:
Existem muitos alimentos que têm flúor em sua composição, como por exemplo, peixe e ossos de carne bovina, frutos do mar e fígado bovino.
Vale lembrar, que o alimento cozido em panela de teflon, um polímero que contém flúor, aumenta seu conteúdo de flúor, assim como, qualquer alimento processado que seja cozido em água fluoretada.
Tendo isso em mente, sabemos que as crianças não apresentam fluorose somente pela ingestão de água fluoretada, e sim por um conjunto de ingestão de água fluoretada+ ingestão de alimentos que contém fluor + ingestão de dentifrício fluoretado = fluorose.
A escovação dos bebês com dentifrícios não fluoretados como os que contém xilitol é uma excelente forma de se combater a cárie no bebê e não expo-lo ao risco de fluorose, uma vez que, O XILITOL é o único entre os demais adoçantes substitutos do açúcar que realmente inibe sozinho o crescimento de Streptococcus mutans, com isto reduzindo a susceptibilidade à cárie. Além disso, o uso contínuo de xilitol ajudará a seleção de formas menos virulentas e resultará em uma microflora oral menos agressiva.
A capacidade do xilitol em reduzir a incidência de cárie dentária já foi demonstrada amplamente em numerosos campos de estudo, alguns realizados sob supervisão da WHO (World Health Organization).
O uso do dentifrício não fluoretado é ideal para instalar tanto na criança quanto nos pais o hábito da escovação.
Após os 2 anos de idade eu recomendo dentifrícios com 500 ppm de flúor para as escovações durante o dia e dentifrícios com 1000 ppm para a escovação noturna.
Dos 3 aos 4 anos sugiro escovação com dentifrícios de 1000 a 1100 ppm 3 x ao dia.
Após 5 anos de idade lançar mão dos dentifrícios convencionais.
Vale lembrar, que a escovação sempre deve ser assistida pelos pais, o dentifrício NUNCA deve ser deixado ao alcance da criança, respeitar as quantidades corretas de pasta para cada idade, nunca exceder a quantidade de um grão de ervilha e SEMPRE procurar um DENTISTA para receber orientações.
Mais uma vez te agradeço por trazer este assunto a tona pois realmente é muito importante!
Espero ter deixado claro, tanto para vc, quanto para as mamães q nos seguem a minha posição!
Fiquem com Deus!
Bjokas da
Dra. Nayara Ferreira
Olá Dra. Nayara! Sou Odontopediatra e Professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Temos um grupo de pesquisa sobre saúde bucal infantil e divulgamos para o público os resultados de nossas pesquisas , bem como os resultados de outras pesquisas , na página do Facebook Crescer Sorrindo UERJ. Temos várias publicações sobre o tema que você aborda aqui e sugiro que vá lá conferir. Sua recomendação neste blog não é suportada por evidência científica. As melhores evidências indicam que o risco de cárie aumenta quando se escova os dentes com pasta de dentes sem flúor e não há evidência de que o uso de pasta de dentes com flúor aumente o risco de fluorose esteticamente indesejável. Num contexto em que cárie não tratada nos dentes de leite é o décimo problema de saúde mais importante no mundo e em um país – Brasil – onde mais da metade das crianças de 5 anos de idade têm cárie, não é socialmente responsável recomendar a escovação com pasta de dentes sem flúor ou com baixa concentração de flúor. Assim, com base na melhor evidência científica disponível atualmente, a recomendação do Ministério da Saúde do Brasil, da Associação Brasileira de Odontopediatria, da Dociedade Brasileira de Pediatria e de várias entidades estrangeiras renomadas como a ADA, a American Academy of Pediatric Dentistry e a American Academy of Pediatrics é : todas as crianças devem escovar os dentes com pequena quantidade de pasta contendo flúor na concentração padrão (1.000 a 1.1000 ppm de NaF ou 1.500 de MFP) a partir da irrupção do primeiro dente. A ALOP recomenda o mesmo a partir de 12 meses. Não é verdade o que você diz na resposta à Bianca de que associações como ADA, AAP e AAPD recomendam pasta de dentes com flúor a partir dos 2 anos de idade. A FDA não tem o papel de fazer esse tipo de recomendação, mas não permite a comercialização de pasta de dentes com baixa concentração de flúor nos Estados Unidos. Inclusive a posição da ADA vem sendo amplamente noticiada nos meios de comunicação desde 2014. Estou a sua disposição para outros esclarecimentos. Como o post é de 2014, pode ser que já tenho revisto a sua conduta. Se for esses o caso, sugiro uma nova publicação no blog com informação atualizada. Um abraço !